Em locais onde riscos ocupacionais são comuns, é tão essencial quanto fornecer os EPIs adequados para assegurar que estejam em estado ideal para utilização. E é nesse momento que a manutenção preventiva assume o papel principal.
A falta de cuidado na manutenção e verificação dos EPIs afeta não só a proteção dos empregados, mas também a solidez da empresa. Um capacete rachado, uma luva desgastada ou um talabarte danificado são problemas que podem não ser notados, mas podem ser mortais.
A manutenção preventiva dos EPIs deve ser vista como um elemento da estratégia de gestão de riscos e da cultura de segurança da empresa.
Nesta leitura, abordaremos o que a legislação brasileira estabelece sobre o assunto, os tipos de manutenção disponíveis, os prazos de validade que devem ser observados e as melhores práticas para assegurar que cada EPI mantenha sua função de proteção.
O que diz a NR-6 sobre manutenção de EPIs

Fonte: Canva PRO
A Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6), estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, determina que o empregador é responsável por garantir que os EPIs estejam:
- Em perfeito estado de conservação e funcionamento;
- Adequados ao risco e à atividade exercida;
- Substituídos imediatamente quando danificados ou vencidos.
Segundo o item 6.6.1 da NR-6, o uso de um EPI danificado equivale, na prática, à ausência do equipamento. Ou seja, não basta entregar o EPI, é dever da empresa manter seu uso seguro ao longo do tempo. A falta de manutenção, nesse contexto, configura descumprimento da norma e pode gerar sanções administrativas e até criminais em caso de acidente.
Além disso, diversos EPIs contam com vida útil limitada e certificações com prazo de validade. Ignorar esses pontos é colocar o trabalhador em risco.
Entenda a diferença entre manutenção preventiva, corretiva e preditiva
A gestão de EPIs pode (e deve) adotar uma lógica semelhante à dos equipamentos industriais. Isso inclui classificar os cuidados em três grandes categorias:
Manutenção preventiva
É aquela que acontece de forma planejada e regular, mesmo que o EPI ainda esteja funcional. O objetivo é evitar falhas futuras. Envolve:
- Limpeza adequada;
- Armazenamento correto;
- Inspeção periódica de componentes;
- Verificação de validade e integridade.
Essa prática é essencial, por exemplo, no caso de respiradores reutilizáveis, que exigem higienização adequada e inspeção das válvulas e tiras de fixação. Um bom exemplo é o Respirador Semifacial 3M 6200, cuja durabilidade depende diretamente da manutenção preventiva.
Manutenção corretiva
Ocorre após a identificação de um dano. É mais custosa e perigosa, pois envolve o risco de o EPI já ter falhado em alguma situação de uso. Quando um cinturão de segurança apresenta desgaste nos pontos de costura, por exemplo, ele deve ser retirado imediatamente e substituído por outro com certificação válida.
Manutenção preditiva
Menos comum no caso de EPIs, mas aplicável em ambientes mais estruturados, como grandes indústrias. Envolve o monitoramento de uso por sensores ou sistemas digitais, antecipando o desgaste. Já há no mercado alguns modelos de calçados com sensores de impacto e desgaste, embora seu uso ainda seja restrito.
Etapas essenciais da manutenção preventiva
Para que os EPIs continuem cumprindo sua função de proteger vidas, é indispensável adotar um programa de manutenção preventiva consistente. Esse processo se baseia em cinco etapas fundamentais, que asseguram o bom estado dos equipamentos e a conformidade com a NR-6:
1. Inspeção periódica
A inspeção deve ser feita por profissionais treinados, seguindo orientações do fabricante e da norma vigente. Ela deve identificar desgastes, rasgos, deformações, falhas de fechamento, entre outros problemas. O intervalo entre inspeções depende do tipo de EPI e da intensidade de uso.
2. Limpeza e higienização corretas
Cada tipo de EPI tem um processo específico. Por exemplo, respiradores devem ser limpos com sabão neutro e secos à sombra. Os capacetes de segurança devem evitar contato com solventes. Isso evita a degradação do material e prolonga a vida útil.
3. Armazenamento adequado
Guardar EPIs de forma correta evita danos causados por luz solar, calor excessivo, umidade ou contato com agentes químicos. Produtos como armários para EPI ajudam a manter a organização e conservação dos itens.
4. Substituição no tempo certo
Cada equipamento tem um tempo de validade indicado pelo fabricante e deve ser substituído mesmo que não tenha sinais visíveis de desgaste. É o caso, por exemplo, de máscaras PFF2 que têm durabilidade limitada e exigem controle rigoroso.
5. Registro e controle
A manutenção deve ser documentada. Ter um histórico de inspeções e substituições não só demonstra conformidade com a NR-6, mas também permite rastrear falhas e identificar gargalos no uso dos EPIs.
O impacto direto na segurança e na produtividade
Quando os EPIs passam por manutenção preventiva de forma sistemática, os benefícios são imediatos:
- Menor risco de falhas: equipamentos bem cuidados protegem melhor e reduzem a chae de acidentes.
- Maior conforto e aderência: o trabalhador tende a usar o EPI corretamente quando ele está limpo, íntegro e funcional.
- Redução de custos: substituições programadas evitam emergências e compras urgentes.
- Cumprimento legal: estar em conformidade com a NR-6 evita multas, interdições e processos trabalhistas.
Um bom exemplo disso, são os cinturões tipo paraquedista, que precisam ser verificados em cada uso. Costuras, fivelas, pontos de ancoragem, qualquer desgaste pode comprometer toda a proteção.
Luvas de proteção também devem ser inspecionadas diariamente. A presença de rasgos, furos ou alteração no grip pode tornar o uso perigoso.
Oóculos de proteção com tratamento antirrisco devem ser limpos com cuidado e armazenados longe de poeira ou abrasivos.
Botinas de segurança, por sua vez, exigem observação das solas, costuras e sistema de fechamento. Um calçado comprometido pode ser o elo frágil em situações de risco. Veja o exemplo das botinas Fujiwara com estrutura reforçada e conforto térmico.
Normas técnicas que regulamentam a manutenção de EPIs
Além da NR-6, diversas normas da ABNT detalham procedimentos corretos para manutenção, inspeção e descarte de EPIs. A ABNT NBR 14629 trata especificamente da manutenção de respiradores purificadores de ar, enquanto a ABNT NBR 15834 foca na inspeção de cintos de segurança para trabalho em altura.
Estar atento a essas normas não é uma formalidade: é o que garante que o equipamento continue funcional e eficaz frente aos riscos diários enfrentados no ambiente de trabalho.
Como a Bunzl EPI pode ajudar?
Manter os EPIs em boas condições não é tarefa eventual, mas sim parte do ciclo de segurança do trabalho. O custo da negligência é alto: vidas em risco, produtividade comprometida e passivos trabalhistas que poderiam ser evitados.
Além disso, também é uma prática sustentável. Ao prolongar a vida útil de EPIs com inspeção, limpeza e armazenamento adequado, reduz-se o descarte prematuro e o consumo de novos materiais. Isso diminui o impacto ambiental da operação e fortalece o compromisso ESG da empresa.
A Bunzl EPI atua como parceira das empresas que levam a sério a proteção de seus trabalhadores.
No blog da Bunzl, você encontra conteúdos técnicos, informações atualizadas e uma linha completa de EPIs certificados, pensados para performance, durabilidade e conforto. Escolher bons equipamentos é o primeiro passo. Cuidar deles, todos os dias, é o que garante que cumpram seu papel com excelência.