Abrasivos industriais: como escolher o tipo certo para cada processo

Abrasivos industriais estão em praticamente todas as etapas de produção e manutenção: do lixamento inicial à preparação para pintura, da remoção de rebarbas ao polimento final. Ainda assim, muita gente toma a escolha desses insumos como algo simples, o que acaba custando caro. Um abrasivo inadequado pode causar desgaste precoce de peças, aumento do retrabalho e até acidentes de trabalho.

Neste artigo, vamos explorar como identificar o abrasivo certo para cada processo, levando em conta fatores como tipo de material, tipo de acabamento desejado, formato do abrasivo e exigências normativas.

O que são abrasivos industriais e por que essa escolha importa

Abrasivos são materiais com capacidade de desgastar, cortar, limpar ou polir superfícies por meio de atrito. Eles podem estar presentes em discos, lixas, escovas ou rebolos, e são utilizados em metais, plásticos, cerâmicas, madeira, concreto e mais.

Em ambientes industriais, a escolha incorreta de um abrasivo pode causar sérios prejuízos. Segundo a norma NBR ISO 11148-7, que trata de segurança no uso de ferramentas abrasivas, o uso de abrasivos incompatíveis com o equipamento ou com o tipo de material pode resultar em falhas estruturais do disco, superaquecimento ou riscos diretos ao operador.

Além disso, a NR-12 (Norma Regulamentadora de Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos) exige que todos os equipamentos, incluindo abrasivos, sejam adequados ao processo e devidamente inspecionados, sob pena de multa e interdição da atividade.

Por isso, entender as características de cada tipo de abrasivo é o primeiro passo para garantir produtividade e segurança.

abrasivos industriais

Fonte: Canva Pro

Classificação dos abrasivos: naturais, sintéticos e estruturais

Abrasivos industriais podem ser classificados de diferentes formas, mas as mais comuns são:

  1. Naturais: como a esmeralda e o quartzo. São menos utilizados na indústria moderna devido à baixa durabilidade e menor controle de granulometria.
  2. Sintéticos: como o óxido de alumínio, carboneto de silício e zircônio. São os mais comuns nos processos industriais, por sua resistência e padronização.
  3. Abrasivos estruturados: formados por partículas abrasivas organizadas de maneira a oferecer maior controle no desgaste e acabamento, como os abrasivos cerâmicos tridimensionais.

A escolha entre eles depende diretamente do tipo de aplicação — o que nos leva à próxima etapa da análise.

Como o tipo de material interfere na escolha do abrasivo

O material a ser trabalhado define não só a dureza necessária do abrasivo, mas também o tipo de grão, a resina e a estrutura da ferramenta. Veja alguns exemplos:

  • Para metais ferrosos (aço carbono e ferro fundido): o mais indicado é o óxido de alumínio, por sua dureza e resistência à abrasão. Um exemplo real é o Disco de Desbaste Tyrolit Óxido de Alumínio 7, disponível na Bunzl EPI.
  • Para aço inox e ligas especiais: o ideal são abrasivos com carboneto de silício ou abrasivos cerâmicos, que oferecem corte frio e evitam contaminações no inox.
  • Para alumínio e metais não ferrosos: é recomendado o uso de abrasivos com grão mais aberto e menos agressivo, como o zircônio ou mesmo lixas com aditivos antiempastantes.
  • Para madeira ou pintura: lixas com base em óxido de alumínio mais fino e suporte flexível garantem acabamento mais controlado. Um exemplo é a Lixa Norton A275 para Madeira e Pintura, indicada para trabalhos manuais.
  • Para concreto ou pedra: o uso de discos diamantados ou rebolos com ligas metálicas duras é essencial para garantir durabilidade e eficiência no corte ou polimento.

Essas escolhas não são arbitrárias. A norma ABNT NBR 15951 estabelece critérios de compatibilidade entre materiais abrasivos e substratos industriais, considerando resistência térmica, condutividade, e comportamento abrasivo em diferentes velocidades.

Formatos e aplicações

Além do material do abrasivo, é fundamental considerar o formato da ferramenta abrasiva, que varia conforme o tipo de operação:

  • Discos de corte: utilizados para separação de materiais. Exigem maior rigidez e resistência ao calor. O disco 3M Cubitron II é um exemplo de alto desempenho, com abrasivo cerâmico moldado.
  • Discos de desbaste: são mais espessos e usados para remoção de material em soldas, rebarbas ou nivelamento. Costumam ter grãos mais grossos e suporte reforçado.
  • Lixas manuais ou orbitais: voltadas para acabamento fino, polimento ou preparação de superfícies. A escolha da granulometria (ex: P60, P120, P320) faz toda a diferença na qualidade final.
  • Rebolos e pedras abrasivas: aplicados em retíficas e processos de afiação, exigem precisão dimensional e controle de dureza.
  • Escovas abrasivas e não-tecidas: ideais para limpeza, remoção de oxidação e acabamentos delicados, especialmente em peças irregulares.

Granulometria

A granulometria do abrasivo, ou seja, o tamanho dos grãos, impacta diretamente o acabamento e o tempo de trabalho. Grãos mais grossos (ex: P24 a P60) são indicados para remoção intensa, enquanto os mais finos (P180 a P600) garantem acabamento e polimento.

Segundo a norma FEPA (Federation of European Producers of Abrasives), utilizada internacionalmente e adotada pela ABNT, os grãos abrasivos seguem padrões de micragem definidos, o que permite comparações técnicas e consistência nos processos industriais.

Para quem trabalha com sistemas de qualidade, esse controle é fundamental. A escolha errada da granulometria pode comprometer processos de pintura industrial, adesivação e até a resistência mecânica das peças finais.

Normas e cuidados obrigatórios

A escolha do abrasivo certo passa também por critérios de segurança. No Brasil, a NR-6, que trata dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), exige o uso de itens como luvas, aventais, máscaras semifaciais e protetores auriculares ao lidar com abrasivos industriais.

Além disso, a ABNT NBR ISO 603-1 estabelece dimensões e especificações de discos abrasivos rígidos, enquanto a NBR 15789 trata de segurança no uso de ferramentas rotativas abrasivas em geral.

Essas normas definem limites de rotação, compatibilidade com máquinas, verificação de trincas e prazo de validade dos discos. Abrasivos vencidos ou danificados representam alto risco de ruptura e acidentes graves.

Como manter a performance do abrasivo por mais tempo

Escolher o abrasivo correto é apenas o começo. Para garantir a durabilidade e eficiência, é importante adotar boas práticas como:

  • Armazenamento em local seco, arejado e longe do chão
  • Inspeção visual de discos antes do uso, buscando trincas ou deformações
  • Evitar sobrepressão durante o trabalho, que pode superaquecer e desgastar o abrasivo prematuramente
  • Usar sempre os EPIs adequados, conforme a aplicação e conforme determina a NR-6

Além disso, capacitar a equipe para entender as diferenças entre os tipos de abrasivo pode reduzir perdas e aumentar o rendimento da operação.

Considerações finais

A escolha do abrasivo certo envolve mais do que custo. Exige entendimento técnico, conhecimento sobre normas, segurança e foco na produtividade. É por isso que empresas com alto nível de exigência em qualidade e segurança buscam parceiros que não apenas forneçam produtos, mas também entreguem orientação especializada e suporte técnico.

A Bunzl EPI se destaca nesse cenário como um hub completo de soluções industriais. Com uma curadoria técnica rigorosa e um portfólio com marcas como Norton, Tyrolit, 3M e outras líderes de mercado, a empresa facilita a escolha de abrasivos adequados para cada etapa do processo. No blog da Bunzl, você encontra também conteúdos aprofundados como este, com orientações para uso correto de lixas para pintura e madeira e outros processos críticos.

Se sua operação depende da escolha técnica correta de insumos como abrasivos, conte com o suporte da Bunzl EPI para garantir segurança, rendimento e conformidade com as normas brasileiras. Acesse agora mesmo o site oficial e conheça todas as soluções.

 

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